Ortodontia e Ortopedia funcional

Vanessa Barreto-simbolo

A Ortodontia e ortopedia funcional é a especialidade odontológica responsável pela correção do mal posicionamento dos dentes e dos ossos da face.

Acompanha o crescimento e desenvolvimento da face, bem como desenvolvimento das dentaduras decídua (dentes de leite), mista e permanente. Atua nos desvios de normalidade, prevenindo, interceptando e corrigindo as más oclusões dentárias. 

O ortodontista pode atuar em diferentes momentos da vida do paciente, de acordo as necessidades segundo a idade e a severidedade das más oclusões.

A ortodontia preventiva, intercepctativa e funcional, como o próprio nome diz, é a correção do crescimento ósseo relacionado, no nosso caso, a boca. 

Não existe uma idade exata para se iniciar o tratamento. O princípio é que o tratamento seja iniciado e terminado durante a fase de crescimento, de preferência no seu maior pico, que se dá dos 8 aos 14 anos. No entanto, de uma forma geral considera-se que o acompanhamento deva se iniciar a partir dos 6/7 anos de idade

Os aparelhos usados nesta fase dependerão da indicação do caso, mas, em sua maior parte, são móveis.

Em adultos ortopedia funcional também pode ser aplicada, não atuando no crescimento ósseo, mas sim nas desordens crânio mandibulares (articulação- têmporo-mandibular). 

O mau posicionamento dentário pode dificultar a higienização adequada dos dentes, tornando-os mais vulneráveis a ação das bactérias, além de causarem estresse adicional aos músculos de mastigação, podendo levar a dores de cabeça, distúrbios nas articulações (ATM), má postura e dores na região do pescoço, ombros e das costas. Ainda, os dentes tortos prejudicam a aparência do rosto e podem acarretar em danos à autoimagem e, consequentemente, afetar a auto estima e auto confiança dos pacientes.

Como saber se preciso de um tratamento ortodôntico?

A partir de um exame inicial completo contendo o histórico de saúde, analise dentária e a realização de exames específicos como a radiografias, modelos de estudo e fotos intrabucais, o especialista indicará a melhor opção de tratamento para o seu caso.

Diversos tipos de aparelhos, fixos e móveis, são utilizados para ajudar a movimentar os dentes, retrair os músculos e alterar o crescimento mandibular. Estes aparelhos atuam realizando uma leve pressão nos dentes e ossos maxilares. A gravidade da sua condição determinará qual será o procedimento ortodôntico mais adequado e mais eficaz.

Problemas que podem ser solucionados com o tratamento ortodôntico:

 A seguir, conheça algumas das possibilidades da ortodontia e como elas atuam:

Sobremordida:

Algumas vezes chamada de “dentes salientes” — este problema é caracterizado por um excesso vertical da região anterior da maxila e/ou uma sobre-erupção dos dentes dessa região. Nos casos de sobremordida, os dentes anteriores superiores recobrem quase 100% dos dentes inferiores, conferindo um sorriso desagradável e problemas mastigatórios. Os dentes inferiores podem, inclusive, estar tocando no palato e na gengiva do arco superior.

Mordida cruzada:

Ocorre quando a arcada superior não fica ligeiramente à frente da arcada inferior ao morder normalmente.

Mordida cruzada anterior: Uma aparência de “bulldog”, quando a arcada inferior está projetada muito à frente ou a arcada superior se posiciona muito atrás.

Mordida aberta:

Espaço entre as superfícies de mordida dos dentes anteriores e/ou laterais quando os dentes posteriores se juntam.

Desvio de linha mediana:

Ocorre quando o centro da arcada superior não está alinhado com o centro da arcada inferior.

Diastema:

Falhas, ou espaços, entre os dentes como resultado de dentes ausentes ou dentes que não preenchem a boca.

Apinhamento:

Ocorre quando existem dentes demais para se acomodarem na arcada dentária pequena.

Diferentes tipos de aparelhos fixos:

Alinhadores Ortodônticos:

Os alinhadores ortodônticos são placas transparentes e invisíveis que abraçam a arcada dentária, proporcionando pressão nos dentes e causando a movimentação e correção do mau posicionamento dentário.

Após um estudo de caso individual para cada paciente, será traçado um plano de utilização em etapas, as quais serão ativadas por diferentes moldeiras. Cada alinhador será responsável pela movimentação de diferentes eixos da arcada dentária sequencialmente através do uso e troca dos alinhadores.

Aparelho fixo:

Este é o tipo mais comum de aparelho; consiste de bandas, fios e/ou braquetes. As bandas são fixadas em volta de vários dentes ou um só dente, e utilizadas como âncoras para o aparelho, enquanto que os braquetes são presos na parte externa do dente. Os fios em forma de arco passam através dos braquetes e são ligados às bandas. Apertando-se o arco, os dentes são tracionados, movendo-se gradualmente em direção à posição correta. Os aparelhos fixos são geralmente apertados a cada mês para se obter os resultados desejados, que podem ocorrer no prazo de alguns meses até alguns anos. Atualmente eles são menores, mais leves e exibem bem menos metal que no passado. Podem apresentar cores vivas para as crianças, bem como estilos mais claros, preferidos por muitos adultos.

Aparelho fixo especial:

Utilizados para controlar o hábito de chupar o dedo ou a língua “presa”, estes aparelhos são fixados aos dentes através de bandas. Por serem muito desconfortáveis durante as refeições, devem ser utilizados apenas como um último recurso.

Mantenedor de espaço fixo:

Se o dente de leite é perdido precocemente, um protetor de espaço é utilizado para manter este espaço aberto até que o dente permanente nasça. Uma banda é cimentada ao dente próximo ao espaço vazio e um fio é estendido até o dente do outro lado do espaço.

Diferentes tipos de aparelhos móveis:

Alinhadores:

Uma alternativa para os aparelhos convencionais para adultos, niveladores em série estão sendo utilizados por um número crescente de dentistas para mover os dentes da mesma forma que os aparelhos fixos, mas sem os fios de aço e os braquetes. Os niveladores são virtualmente invisíveis e removíveis para que o usuário possa se alimentar, escovar os dentes e passar o fio dental.

Mantenedores de espaço móveis:

Estes aparelhos têm a mesma função que os mantenedores fixos. São feitos com uma base acrílica que se encaixa sobre a mandíbula e têm braços de plástico ou arame entre determinados dentes que devem ser mantidos separados.

Aparelhos reposicionadores de mandíbula:

Também chamados de talas, estes aparelhos podem ser utilizados no maxilar superior ou mandíbula, e ajudam a “treinar” a mandíbula a fechar em uma posição mais favorável. São utilizados para disfunções da articulação temporomandibular (ATM).

Amortecedores de lábios e bochechas:

São destinados a manter os lábios e bochechas afastadas dos dentes. Os músculos dos lábios e bochechas podem exercer pressão sobre os dentes e os amortecedores ajudam a aliviar esta pressão.

Expansor palatino:

Um mecanismo utilizado para alargar o arco da mandíbula superior. Consiste em uma placa de plástico que se encaixa sobre o céu da boca. A pressão externa aplicada sobre a placa por meio de parafusos força as juntas dos ossos do palato a se abrirem para os lados, alargando a área palatina.

Contentores móveis:

Utilizados no céu da boca, estes aparelhos de contenção previnem que os dentes voltem à posição anterior. Podem também ser modificados e utilizados para evitar que a criança chupe o dedo.

Aparelho extrabucal:

Com este aparelho, uma faixa é colocada em volta da parte de trás da cabeça, e ligada a um elástico na frente, ou um arco facial. Este aparelho retarda o crescimento da maxila e mantém os dentes posteriores onde estão, enquanto os dentes anteriores são empurrados para trás.

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